A ambiguidade deste ser, inteligentemente único (dos poucos capazes de memorizar rostos) e ao mesmo tempo, noctívago e associado à morte.
O corvo é de natureza complexa, instiga-nos ao medo, ao mistério, às lendas medievais e surpreende-nos com uma simplicidade e humildade que só as aves sabem ter.
É um curioso do que o rodeia. Entende bem o que vê e é invisível sem o ser, poderoso sem o revelar, memorizador de situações e experiências com o humano, manifestando um grande interesse em comunicar connosco.
Não são necessárias falas, o corvo fala com o olhar, devorando-nos o espírito, espreitando-nos a alma, muitas vezes submersa em dúvidas existenciais. O corvo não existe simplesmente: observa-nos, dizendo-nos "Estou a ver-vos e entendo-vos".
O corvo é um animal muito solitário mas sempre atento ao que o rodeia. Quando está em grupo, o conjunto fecha-se sobre si. É um grupo fechado cuja comunicação acontece só entre os membros. É um solitário socialmente omnipresente.
Este trabalho acerca dos corvos começou com escultura feita em papel e plástico que acabou por se tornar num estudo estético do carisma que emanam, da sua postura, do seu controlo do terreno e do que os rodeia. Alguns deles, são algo híbridos assemelhando-se ao humano no sentido em que estão em diálogo, querem dizer, transmitir qualquer coisa. Talvez queiram acordar para uma realidade nem sempre desejável.
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